domingo, 28 de março de 2010

Nada além do negro.


Você tenta fugir da dor e da tristeza. Mas aquelas mãos, com seus dedos longos e magros como garras te puxam para o negro.

Nada além do negro.

E você acaba caindo em um lago de águas escuras. E vai afundando cada vez mais na escuridão e no frio. Tenta encontrar o caminho de volta, mas não consegue enxergar nada...

Nada além do negro.

E você continua caminhando por ruas sem nomes, vendo rostos sem faces. Apenas borrões onde deveriam estar às expressões de felicidade, de pesar, de dor. De qualquer sentimento que o valha. Então você tenta procurar em seus corações, mas lá não há nada...

Nada além do negro.

E assim nós caminhamos. Tentando ouvir a melodia tocada por cada gota de chuva. Cada nota que caí do céu. Ouvindo cada história que é contada quando uma folha seca se desgruda de seu galho. Mas o som que mais se propaga no silêncio é o estilhaçar das promessas quebradas e dos corações partidos. Os sons que precedem o silêncio sinistro do negro.

Nada além do negro.

Ninguém sabe ao certo de onde vem o negro. Ou o porquê dele vir. Mas quando ele aparece, a luz se esconde. Os sons desaparecem. E assim ficamos surdos e mudos. Nada se houve nada se fala...

Nada além do negro.

3 comentários:

  1. Joks, aqui é Geraldo de Fraga da comunidade escritores de terror. saí do orkut mas quero continuar em contato com a galera.
    manda um e-mail pra mim.
    geraldodefraga@gmail.com

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  2. Caraca muleque, você precisa sair mais de casa. rsrsrs. Muito legal esse texto ... profundo! Acho até que dá pra fazer uma música dele, com uma guitarra pesadona no fundo.

    Gostei demais.

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  3. Olá!Tem um selinho p vc lá no meu blog!!
    Bjs Helô!

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